segunda-feira, 25 de maio de 2020

Abelhas e espigas - Celebrando a Biodiversidade




Desde 2018 que se celebra o dia da Abelha a 20 de maio. Porquê o dia da abelha? A abelha é um inseto polinizador, valorizado desde da Antiguidade pelo mel que produz, usado como alimento ou remédio. Mas não é apenas pelas propriedades terapêuticas do mel que a abelha é importante. Reconhece-se o papel dos insetos, e em particular o das abelhas na polinização, essencial para o desenvolvimento das flores e dos frutos, quer silvestres quer na agricultura. De facto, este dia proclamado pela ONU visa chamar a atenção para a proteção de agentes polinizadores como as borboletas ou os morcegos.

 Porquê o dia 20 de maio? Porque é o dia em que nasceu Anton Ansa (1734-1773), apicultor, entomologista, zoólogo e pintor que trabalhou para a corte de Viena e que é considerado o fundador da apicultura moderna, tendo escrito vários ensaios sobre o tema.

Dia da espiga, este ano celebrado a 21 de maio, é uma tradição antiga de celebração da vida e um ritual de interação humana com as plantas silvestres às quais se atribui uma simbologia que revela a consciência ancestral da ligação do homem à natureza e que mais tarde foi cristianizada.

Neste dia, manda a tradição apanhar no campo a espiga, a papoila, a margarida, um ramo de oliveira e uma vara de videira, fazer um ramo e coloca-lo atrás da porta para que o ano seja de abundância.

O que a tradição não refere é a importância dos insetos promotores desta abundância. Até porque eles, talvez à exceção das abelhas que têm um estatuto especial, não são muito queridos pelo homem. Comprova este facto as práticas agrícolas de guerra mortal declarada os insetos e muitas vezes declaradas também às plantas consideradas daninhas que são simplesmente aquelas que o homem não valoriza para a agricultura ou simplesmente aquelas que já não têm valor comercial.

Contudo, esta consciências está a alterar-se para o bem de todos nós e as plantas silvestres e selvagens estão na moda com atividades como o "foraging" a despertar o interesse e a valorização das plantas não cultivadas pelo homem como foi explicado por Fernanda Botelho, no workshop  online  “ Alerta ao sal” promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa.

A valorização da biodiversidade tem de ser o resultado de uma consciência de que todos os seres vivos estão interligados e todos têm um papel crucial a desempenhar no equilíbrio da Vida, e os seres humanos são apenas mais um elo desta cadeia de interligações. Cabe-lhe múltiplos papéis a desempenhar – guardião, cuidador, preservador, contemplador, investigador, divulgador, criador – mas é sobretudo o papel principal de entendedor e respeitador do direito à vida.

Celebrado desde o inicio da década de 90, o dia internacional da biodiversidade, é um marco neste caminho de consciencialização para as questões ambientais e para a necessidade de respeitar a vida e a natureza, como atesta os vários temas propostos ao longos dos anos, sendo o deste “As nossas soluções estão na Natureza “ É disso exemplo o referido workshop em que Fernanda Botelho apresentou uma série de alternativas saudáveis ao uso do sal como a utilização de plantas silvestre que se podem recolher no campo – orégãos, alecrim, salvia, urtigas, capuchinhas - e à beira mar – acelga brava, salicórnia, espirulina, funcho-marítimo dos Açores, campana da praia, planta do gelo da madeira entre outras.

Ficam uma sugestão de leitura do nosso fundo documental.



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